A professora Grayce Helena Pereira de Souza é uma apaixonada pela Biologia e pela Educação. É também associada da Associação Brasil SGI (BSGI) desde criança. Nos seus jovens 29 anos – seis dos quais atuando no Ensino Fundamental, da Escola Soka do Brasil –, têm no magistério sua realização máxima e a certeza de estar contribuindo para a evolução do planeta. “Eu sempre busquei, nas minhas aulas, dar aos meus alunos a visão macro do meio ambiente para que eles compreendam como se processa a vida no planeta e assim, preservar”, explica a educadora. Seus esforços foram coroados com a compreensão e a conscientização de seus alunos, relatados na monografia de conclusão do curso de pós-graduação, Minha natureza, minhas ações: aspectos filosóficos e sensibilização em prol da construção de um comportamento pró-ambiente.
O trabalho é resultado de prática pedagógica construída dentro do ambiente escolar, com alunos do Ensino Fundamental 2. Segundo doutora em Ciências Biológicas e professora da Universidade de São Paulo, Anary Egydio Monteiro, orientadora do trabalho, “o projeto de educação ambiental desenvolvido pela professora Grayce tem um valor inestimável. Ela aplicou diferentes recursos didáticos de sensibilização e conscientização e promoveu discussões filosóficas, visando contribuir para a construção de valores ambientais e gerar mudanças de atitudes no sentido pró-ambiente”.
Grayce conta que sua busca por uma educação mais consciente partiu da imensa lacuna encontrada em seus alunos, que desconheciam os ecossistemas existentes à sua volta. “Iniciei meu trabalho buscando conversar e entender como faria a abordagem e vencer as barreiras e ‘medos’ que eles próprios haviam se imposto”, explica. Sua busca levou-a a enfrentar situações limites com seu alunado composto por jovens entre 13 e 14 anos. “Tinham medo. Alguns não conseguiam sequer tirar os sapatos e pisar na terra”, ressalta.
Uma das práticas pedagógicas de Grayce foi a utilização de dinâmicas de sensibilização, pois a compreensão do ambiente natural “é glandular, precisa ser feito por meio da emoção”. Para tanto, utilizou-se de exemplos naturais como a flor de Lótus que, ao desabrochar, dispersa simultaneamente suas sementes, o mesmo ocorrendo na vida humana, onde cada causa realizada por um indivíduo gera um efeito simultâneo.
“Vinculando essa Lei da Causalidade com a temática ambiental os alunos citaram como exemplo o nosso trajeto da escola até o Centro Cultural Campestre da BSGI, onde passamos pela marginal do rio Pinheiros, que além do trânsito que enfrentamos sentimos um forte cheiro de esgoto”, contou Grayce. Isso levou-os a refletir sobre as causas negativas que o homem vem fazendo contra a natureza, e que as consequências já estão sendo percebidas, com a perda da qualidade de vida das pessoas, com o aumento do estresse visual, sonoro, ojfativo, entre outros. Foi aí que um dos alunos comentou: “achamos que somos a última geração a viver na Terra, e isso é muito egoísta.”
A professora devolveu: “Será que se todos vivessem de acordo com essa Lei, conscientes que para cada causa que fizessem, em algum momento de suas vidas esse efeito retornaria à eles, será que não diminuiria toda essa degradação ambiental?”. Unanimemente o grupo concordou completamente com essa colocação.
A orientadora de Grayce, a professora Anary, concorda que “a educação ambiental formal deve ser contemplada como tema transversal no Ensino Fundamental, porém muitas vezes isso se torna um desafio para o professor que tem a carga horária curta e o conteúdo programático muito denso. No presente projeto, a professora Grayce conseguiu desenvolver seu projeto com sucesso, onde foram transmitidos valores éticos voltados a sustentabilidade na educação formal de jovens estudantes com 13 e 14 anos, a futura geração”. E enfatiza a efetividade da ação: “foi verificado que o projeto atingiu o objetivo, pois os alunos que são moradores de áreas urbanas demonstraram que se sensibilizaram quanto à natureza tanto no sentido individual como no coletivo e prontamente mostraram mudanças de atitudes”. E vai além, pois outro aspecto positivo do projeto é que o mesmo aplicou um dos fundamentos da pedagogia Soka, que propõe que os alunos devam se sentir felizes enquanto aprendem. “É assim que contribuímos para o bem estar do planeta e, dessa forma, de todos os seus habitantes!”, finalizou Grayce.
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